Misantropia

by M26

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1.
Solidão 07:42
Dissipam-se as brumas ao fim da noite Negra e vasta imensidão desolada Assim em infinita brevidade A solidão é boa quando voluntária Temes a ti mesmo Mais que a própria morte Pérfida batalha Travas contra a sorte Quero subir o morro mais alto (O homem inveja o voo do pássaro) Quero livre andar por verdes campos (O som da água alcançando as pedras) Quero respirar vapores clarificantes (Já elevastes teu espírito hoje?) Quero acender minha última vela (A solidão é boa quando voluntária) Do alto da minha solidão contemplo o mundo Derradeiro afastamento que da vida me aparta Férrea decisão de desdém à humanidade E enquanto os mortos riem da dor dos que estão vivos Eu humildemente choro Choro por alguns mas não por todos Choro por aqueles que aceitaram a árdua condição De redentores de si mesmos E ainda assim caem na ilusão Florescem as ruínas minadas de dor Na ignorância eminente de tua penúria Unificado o ciclo, propagam-se nos horizontes Melodias que de meu semblante emanam Foges de teu medo Oculta-o de ti mesmo Mas diante do espelho Desvelam-se os segredos Quero perplexo blindar a morte (Assim em absoluta relatividade) Quero entender metade do que se passa (Negra e vasta imensidão desolada) Quero passar como passam os pássaros (Visão romantizada do passado) Quero ficar como ficam as pedras (Em um dia nublado de folhas verdes) O amargo fel que em teus lábios bebi Oceano sem luz, escuridão Nas tuas negras vagas o pavor senti E mergulhei em teus braços, ó fria ilusão Ó loucura que adentra meu ser Quebra estes grilhões Liberta-me! Sinto a dor, a angústia e o medo Que me corrói E o chão sob meus pés se esvai A maldição Que agrilhoa com vis correntes de ilusão Saibam seu nome Solidão Imo sens A insanidade que adentra teu ser Abrasa sua amargura Toda a quietude da alma dilacerada Num único instante aniquilada Temes a ti mesmo Mais que própria sorte Pérfida batalha Travas contra a morte Quero saber o que sabem os velhos Dissipam-se as brumas ao fim da noite Quero sentir o que sentem os jovens As flores cobertas de orvalho ao amanhecer Quero pensar que tudo é sublime Imaginação criando música e poesia Quero assim chegar ao fim desta invernada Plenamente satisfeito em ver nada! Em meio ao silêncio e a escuridão Contemplo ante luzidio espelho Toda a ilusão que criei Cuspindo farpas e espinhos de um ódio Que insiste em meu peito queimar Ante o malogro desta existência Que a cada dia um tanto se esvai E nesta sina de angústia e autodestruição Caminho só, a trêmulos passos Até que retorne A noite do ser...
2.
Ventos frios que varrem a alma Como lúgubres melodias Manifestam-se nesta esfera Em um canto de angústia e dor Todo o tormento potencial do existir Dissipa-se nas negras brumas do caos Nem o amor, nem o ódio, enfim Quebra-se assim a maldição Nada crer, nada ter, nada ser Eis o fim da ilusão Mas não sei quem tu és Ó, alma bela Nem porque por degraus Tens esta esfera Que aos mortais nos clarões De outra se vela Mor omnia solvit ab imo pectore A dor de não mais amar Intensa, profunda tortura Debela meu ser E o ódio que em meu peito jaz Pungente, fugaz Não deixa esquecer A solidão que atormenta minh'alma Trazendo loucura para dentro do meu coração Nada crer, nada ter, nada ser Eis o fim da ilusão Sigo teus passos Meu anjo infernal Quero tua luz Busco teus olhos Mas a escuridão abraça-me E meu corpo entrega-se No último suspiro de dor Envolta na fúnebre névoa prossigo inerte Apenas minha paixão orienta-me Sempre a tua procura Meu coração fenece E tua face minha mente inebria Mas não sei quem tu és
3.
Misantropia 06:43
Suspira a alma cansada, derradeira Que clama por trégua e sofre em vão Ouça o caos rastejante Que clama além das estrelas Sob o manto da noite Além das esferas do tempo Por entre as brumas da noite Ele ascenderá renascendo Em toda sua força imutável Irrompendo do caos adormecido Trazendo à tona a fraqueza Revelando este estreito caminho Por onde todas as sombras esgueiram-se Murmurando seus mórbidos cânticos Cheios de angústia e dor e lamentos vis Tens nas agruras da vida infindo tormento Pois nas areias do tempo erigiste teu ser Temes da afiada ceifa o gume sangrento E traz estampadas na face tristeza e dor E quando no outono frio sopram os ventos Atrozes lamentos ecoam fugazes ante teu fim Ante teu fim O cálido e doce beijo mortal sufoca a consciência Acordava o fraco e fútil ser a continuar Escondendo-se na escuridão Na ignorância, incapaz de mudar a própria sorte Entrega-se a esta misantropia Eis que se ouve então o último suspiro Que revela o cansaço desta alma tão sofrida Foram tantas ilusões, pecados e mentiras Tantas vezes percebia o que por certo lhe aguardava Então frente a frente com sua verdadeira sina, entrega-se Sem mais lutar
4.
Dor Sofrimento Lágrimas Loucura Relâmpagos rasgam o manto negro que não brilha mais A chuva fina que cai sobre teu rosto traz a lembrança de alguém Os caminhos levam a você, os trovões anunciam seu fim Lânguida dança de sangue A dor da batalha perdida Lambe da lança este sangue Pois ele é a fonte da vida A lua cheia, o medo crescente Vida minguante, uma nova batalha Tinge de vermelho sangue os verdes campos A ponta da lança, o fio da navalha Dor Sofrimento Lágrimas e a loucura Entre as ruínas do caos Medo no teu olhar Palavras lançadas ao ar Frases ditas por quem? Entre as nuvens, o sol Entre as ruínas do caos Medo no teu olhar Tem esta lança banhada em sangue Sangue daqueles que querem viver E lutar em nome do meu senhor Em meio à tempestade você verá seus sonhos Se transformarem em pesadelos horríveis E quando ela passar Você sentirá que isso foi terrivelmente real E sentirá prazer ao ser possuído por um ódio incomensurável Você sentirá sua vida se esvair por entre seus dedos frágeis E, mesmo assim, irá dementemente sorrir E cairão gotas de seu sangue puro sobre esse solo fétido onde andas E você verá que não mais existem as flores que plantastes no jardim E o céu, uma vez mais, se tinge de vermelho e negro E as nuvens gotejam suas lágrimas, uma vez mais, sobre teus sonhos E em meio à tempestade sua alma clama e em quimera queima Em um lago sombrio e profundo Como sua alma está, irá refletir sua face disforme E as lembranças, uma vez mais, se perderão No escuro de sua mente Como as folhas secas Relâmpagos rasgam o manto negro que não brilha mais A chuva fina que cai sobre teu rosto traz a lembrança de alguém Os caminhos levam a você, os trovões anunciam seu fim
5.
Impetuoso guerreiro Tua chama esmorece de angústia Bradam impotentes fracas vozes E toda fama que um dia bradaste Decai sobre a ira e a dor Clamam ante ímpios poderosos Decai sobre a ira e a dor Choro em silêncio por todos os filhos da terra Que semearam em seus solos sementes de guerra Regam com o sangue de seus próprios filhos tão odiosa era Que dissemina a discórdia por sobre esta esfera (Enfeitiçado por esta ilusão Partistes em busca de guerras Mas a morte em sua ousadia Te lança de volta a teu pesadelo) E o manto que se esvai Sobre minh'alma transforma minha face Meu ser se banha com o teu calor Inebriado pelo teu olhar E a vida se esvai em dor E os sonhos deixam de ser Só resta a ilusão De um novo amanhecer E toda esta sina de guerra e poder Recai sobre os teus descendentes Dilacerando sua carne e bebendo seu sangue Em nome da grande mentira Ouço teu grito clamando piedade Tua alma perdida que vaga na imensidão Mas as trevas sem sua intensidade Lúgubre luar Conduzem-me ao céu embestiado Meu ser se banha com o teu calor Inebriado pelo teu olhar Tua sede de sangue se perde nos traços da história Ó humana semente, teu orgulho não tem memória
6.
Rasga-se enfim o último véu Doce verdade sussurada por bocas sem lábios Ardiloso punhal que rasga o peito Deixando-me ver as trevas do fim Delirante e doente Adormeci em teus braços Ó alma imortal Suavemente conduziste-me em teus sonhos Mais belos e tristes também E neles pude sentir Tua dor mais profunda Sangras como eu E dementemente sorri De toda essa angústia Tua dor que esmaga o peito Leito onde vejo-me morrer Minha alma imortal Repleta de pureza e melancolia Alma imortal A solidão em mim faz morada Em teus olhos vejo agonia Tormento de alma culpada A face repleta de encantos Luz, tênue luz que se esvai E aos quatro ventos tem fim Trazes para a vida a dor E toda angústia do ser Dilacerando o peito em pranto Lágrima imortal imaculada Que tinge os pálidos campos Leito febril aos corpos santos Corpos caídos, vencidos Corpos já mortos, desfalecidos Alma imortal
7.
Passo a passo Cruzo a cidade cinza Em meio à neblina Que desce densa e fria Rostos disformes Sob pés incertos Cambaleantes Nem mesmo podem ou querem ver "Quisera não mais sentir Quisera não mais chorar Mas o vazio em meu peito Sufoca com angústia Sórdidas correntes da ilusão Ondas de um mar sem fim Medonho pesadelo de marés Que inundam a alma De escuridão" Enquanto o mundo sangra Você esconde suas feridas Sob um véu de ilusão sem fim Ilusão Vozes de outrora em ecos de glória Jazigos de um tempo que já se foi Conservam as marcas de carne e sangue Daqueles que deram sua alma em vão Tento entender Mas não consigo Tanta ignorância Tanto rancor Fecho os meus olhos E sem pensamentos Adentro o vazio Em solidão Carne sob o sol Sob o céu Sob o sal O mundo é um vazio, vazio Onde sombras rastejantes Vagam no abismo profundo Cegos em busca de luz Epifanias na escuridão Tento esquecer a angústia Mas a vil realidade Arde em meus olhos Fazendo-me chorar Tento esquecer a angústia Mas a vil realidade Arde em meus olhos Fazendo-me chorar Tanta dor e sofrimento Perda, desilusão Faz-me chorar "Quisera não mais sofrer Quisera não mais sorrir Mas o abismo na alma Assola com dor Gélido sopro de um vento atroz Horrendo devaneio Sombrio desalento que afoga a alma Na desilusão" Enquanto o mundo sangra Você esconde suas feridas Sob um véu de ilusão sem fim Ilusão Enquanto o mundo sangra Você esconde suas feridas Sob um véu de ilusão sem fim Ilusão Esconde-se sob o devaneio atroz Que cala e consola A quem ignora o caos Alegra-se na ilusão Que a dor cessará, enfim Quisera não mais Sentir e sofrer Fenecer Quisera não mais Sorrir e chorar Abismo e vazio, enfim Quisera não mais Sentir e sofrer Fenecer Quisera não mais Sorrir e chorar Abismo e vazio, enfim Quisera não mais Sentir e sofrer Fenecer Quisera não mais Sorrir e chorar Abismo e vazio, enfim

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released February 9, 2021

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M26 Pelotas, Brazil

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